O que são hubs de inovação? 

Os hubs de inovação são ambientes, que podem ser tanto virtuais quanto físicos, em que pessoas se reúnem para gerar negócios e desenvolver ideias e conexões profissionais. É um espaço que abrange investidores, empresas, universidades, especialistas e empreendedores, quase sempre startups. 

Por que são importantes? 

Através das conexões formadas dentro dos hubs, os envolvidos passam a ter acesso a recursos – sejam eles financeiros, tecnológicos, humanos ou até mesmo criativos como uma troca de ideias –, trazendo benefícios a todas as partes. 

Para as startups 

As vantagens para as startups são muitas. Primeiramente, muitos hubs permitem que os envolvidos tenham acesso a um espaço físico, já que no início muitas vezes essas empresas não têm os recursos financeiros para montar um escritório. Dessa forma, as pessoas envolvidas diretamente na sua estruturação podem se encontrar, discutir questões importantes, desenvolver protótipos e MVPs, etc.  

É claro que nem todos os hubs são físicos e, hoje em dia, sabemos a comunicação por meios digitais e reuniões no formato remoto ou híbrido já são uma realidade. Mas em certos casos, principalmente no começo, o contato presencial pode ser importante. 

Além disso, tanto os hubs físicos quanto os virtuais possibilitam que empreendedores de diferentes startups se encontrem, criando conexões que podem vir a se tornar parcerias de negócio, além de permitir a troca de experiências, informações, dicas e ideias. Com isso, o processo se torna mais rico para ambos os lados. 

Outro ponto relevante é o contato com mentores. Como mencionamos acima, os hubs não envolvem apenas empreendedores, mas também outros profissionais. Considerando que muitas incubadoras possuem parcerias com instituições de ensino e com outras empresas mais consolidadas no mercado, esse espaço pode conectar especialistas do mesmo ramo ou área de interesse dos empreendedores, agregando e orientando a sua jornada. 

Também não podemos deixar de mencionar um dos maiores atrativos: o ganho de visibilidade que pode levar a uma proposta de investimento. Como hubs promovem o networking, investidores estão constantemente de olho neles, buscando empresas jovens que demonstrem alto potencial. E não somente isso, mas essa conexão também permite a divulgação de informações muito relevantes, como quais órgãos de fomento à inovação e empreendedorismo irão lançar linhas de crédito, editais, eventos e outras formas de impulsionar startups. 

Para os outros envolvidos 

A troca de experiências e oportunidades de investimento não são vantagens apenas para os empreendedores, mas para todos os envolvidos – sejam eles investidores, mentores, empresários e até mesmo a comunidade ao redor. Mas além disso, os hubs têm um grande potencial de impulsionar a economia local! 

Como eles promovem o desenvolvimento de novos negócios, que geralmente trarão novas tecnologias e irão contratar pessoas conforme seu crescimento, as vantagens acabam respingando na comunidade ao redor, seja ela física ou virtual. Desde o comércio regional que terá mais movimento até os motoristas de aplicativos e entregadores que passarão a ter mais clientes. 

Os hubs de inovação acabam tendo um efeito cascata: eles atraem empreendedores e startups > as startups atraem investidores e capital > consequentemente, novos empreendedores e startups se sentirão atraídos e irão se juntar também. 

E que tal conferirmos alguns exemplos de hubs que se tornaram referência no assunto? 

#1 Cubo Itaú 

O hub de inovação Cubo Itaú, pertencente ao banco homônimo em parceria com a Redpoint eVentures e inaugurado no segundo semestre de 2015, já é considerado o maior da América Latina e um dos mais relevantes do mundo. 

O Cubo oferece oportunidades tanto para as startups que desejam se juntar a ele quanto para as empresas que buscam mais inovação, para as que querem ser parceiras e para os indivíduos que buscam emprego em startups. 

No final de março, a encubadora divulgou a notícia de que, só em 2021, suas startups receberam cerca de R$3 bilhões em investimento, o que representa uma alta de 60% em relação ao ano anterior. A startup Beer or Coffee, por exemplo, já movimentou cerca de US$10 milhões. 

Hubs de inovação - Cubo Itaú
Imagem: Cubo Itaú. Fonte: Startupi

#2 LABS Paschoalotto 

Em 2019, o LABS Paschoalotto chegou na cidade de Bauru, interior de São Paulo, como uma iniciativa da Paschoalotto, que atua com gestão de relacionamento com o cliente. O objetivo era justamente promover a inovação e o empreendedorismo no interior do estado. Eles já chegaram até mesmo a organizar um Hackathon em parceria com uma instituição de ensino local. 

E a atitude foi muito bem pensada. No meio de 2020, a cidade inaugurou o Inova Bauru, o primeiro hub municipal. Além disso, o Mapeamento de Comunidades de 2021, por exemplo, já demonstrou que Bauru é a 35° melhor cidade do Brasil para empreender e a 74ª melhor em tecnologia e inovação. 

#3 Onovo Lab 

O Onovo Lab é considerado um ecossistema de inovação voltado para universitários, empreendedores e executivos, com sede na cidade de São Carlos – SP. Atualmente, já possuem bases também em outras quatro cidades: Indaiatuba, Ribeirão Preto, Bebedouro e Araraquara. Em breve, pretendem sair do estado e chegar em Porto Alegre – RS. 

Eles possuem duas frentes de trabalho: o Programa de Inovação Aberta – em que um time de especialistas desenvolve programas de inovação para as empresas que contratarem o serviço, como a Ambev – e o Marketplace – em que fazem conexão com startups e serviços de inovação.  

Esse hub, inclusive, recebeu um investimento de cerca de R$25 milhões da Sicoob Credicitrus, para impulsionar sua expansão no país neste ano. 

#4 Fundação Inova e Intepp 

Estes dois casos são bem interessantes porque demonstram iniciativas que surgiram no interior e estão sendo levadas para o mundo. Em Presidente Prudente, também interior de São Paulo, existem duas incubadoras, uma criada dentro de uma universidade com o intuito de incentivar seus alunos a criarem projetos de inovação, e outra que vem da iniciativa pública com o intuito de desenvolver a economia regional. 

A Fundação de Educação, Pesquisa e Inovação de Presidente Prudente “Vicente Furlanetto” (FUNDEPI), mais conhecida como Fundação Inova Prudente, foi criada pela Prefeitura Municipal da cidade, através da Lei Municipal nº 9.370/2017. Eles possuem parceria com diversas instituições relevantes, como a Fatec Presidente Prudente, Sebrae e Unesp, além de outras empresas e outras organizações educacionais. Além disso, oferecem espaço de coworking, promovem e recebem encontros e eventos, apoiam projetos de pesquisa, e oferecem laboratórios e mentorias. 

Juntamente com a Inova, existe a INTEPP, Incubadora Tecnológica e Presidente Prudente, que também é uma aceleradora, além de estar integrada com escolas, universidades, sindicatos, poder público, oferecendo um ecossistema de inovação e tecnologia. A INTEPP ainda oferece modalidades de incubação tanto presenciais quanto à distância, 

Tendências relacionadas aos Hubs de Inovação

Como demonstrado, os hubs não estão apenas nos grandes centros e metrópoles, até porque muitos já atuam de forma remota. A pesquisa anual com líderes globais de tecnologia da KPMG, por exemplo, apontou que inúmeras cidades irão despontar em hubs de inovação e tecnologia nos próximos quatro anos, para além do tradicional Vale do Silício em São Francisco (CA). 

Algumas delas são Singapura, Londres, Tel Aviv (Israel), Tóquio, Nova York, Shangai, Beijing, Seoul, Bengaluru (Índia) e Hong Kong. 

Elas são apontadas justamente por já estarem com o mesmo ou maior nível de infraestrutura do que o Vale do Silício. Cidades brasileiras como mencionadas anteriormente, como Bauru e São Carlos, estão seguindo o mesmo caminho. Para além do estado de São Paulo, ainda temos o Rapadura Valley, em Fortaleza – CE, que já conta com mais de 100 startups ativas, 15 investidores, e ainda foi considerada como Comunidade do Ano, pela Associação Brasileira de Startups. Ainda temos, em Manaus – AM, o Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia, que também agrega um programa de inovação aberta, o Manaus Tech Hub. Cidades como Curitiba, Florianópolis e muitas outras também estão no radar como locais de alta relevância. 

Conclusão 

Percebemos, então, a importância desses ambientes para promover a inovação, a conexão e o impulsionamento de novos negócios em todo o país, e não apenas em grandes centros. 

Esse investimento é essencial para contribuir com o crescimento do Brasil no setor de tecnologia e para desenvolver empresas de relevância, gerando empregos, trazendo mais capital e mantendo a nossa economia viva. 

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