O conceito inicial de User Mapping Story surgiu em 1999, quando Kent Beck publicou o livro Extreme Programming Explained¹. Entretanto, a técnica só se popularizou através de Jeff Patton², anos depois.  

De forma geral, Patton afirmava que, através da criação de um contexto, seria mais fácil visualizar e entender a jornada do usuário como um todo. 

Afinal, o que é User Story Mapping? 

O User Story Mapping, ou mapeamento da história do usuário, pode ser definido como uma técnica que ajuda a entender o produto, com os passos e as interações que o usuário realiza ao longo de sua utilização, como se uma história fosse contada. 

Essa é uma técnica de UX (User Experience), muito utilizada antes do desenvolvimento de novos produtos, designs ou, até mesmo, para a criação, validação e montagem de um MVP. 

Vamos pensar em um exemplo, considerando um e-commerce. Podemos pensar no caminho do usuário ao acessar o site ou app da loja virtual. Quais serão os passos que ele percorrerá no produto a partir disso? Fazer uma busca por um produto? Essa busca será filtrada por nome ou categoria? O usuário poderá organizar os resultados por preço ou de alguma outra forma? 

Ou seja, a cada capítulo da história do usuário com o produto, serão analisados os passos que ele pode percorrer, relacionando às funcionalidades ou ações da empresa. 

Jornada do Usuário x User Story Mapping: qual a diferença? 

O mapeamento da jornada do usuário e o User Story Mapping são semelhantes, mas não são a mesma coisa – eles abordam diferentes perspectivas e são utilizados para propósitos diferentes. 

No primeiro, é feito um mapeamento dos passos do usuário para chegar a um objetivo, com base no ponto de vista dele, seus pensamentos e emoções. Ou seja, o objetivo é entender suas necessidades e, a partir disso, fazer melhorias no produto. 

Por outro lado, o User Story Mapping aborda a jornada da perspectiva do produto – quais são as interações do usuário com o produto, quais funcionalidades serão necessárias para que ele percorra todo o processo até a compra? Isso ajuda a equipe a priorizar o desenvolvimento de novas soluções e a entender as necessidades do usuário. 

Justamente por terem diferenças em sua perspectiva e objetivo, também podem ser utilizados de forma complementar. 

Quais são as vantagens do User Story Mapping? 

Algumas das vantagens de usar essa técnica de mapeamento são: 

  • Faz com que a equipe tenha consciência do trajeto que o usuário percorre e como tudo se encaixa 
  • Ajuda a estabelecer prioridade para criar funcionalidades e organizar o backlog 
  • Permite enxergar problemas na usabilidade do produto e, com isso, corrigi-lo 
  • Incentiva a colaboração entre os times 

Como o User Story Mapping funciona? 

Para criar um User Story Mapping, você pode separar os passos e interações do usuário com o produto em três níveis: 

01. Atividades principais 

São as principais interações do usuário com o produto, de uma visão macro. Pensando no nosso exemplo do e-commerce, uma das atividades principais seria a compra do produto. 

02. Passos complementares 

Os passos complementares são aqueles que o usuário precisa percorrer para realizar as atividades principais. Para realizar a compra, conforme o exemplo anterior, o usuário precisa criar uma conta. 

03. Detalhes 

Por fim, os detalhes são as interações mais discretas que o usuário percorre para realizar os passos complementares. Os detalhes da criação de uma conta seriam a inserção dos dados, como e-mail, nome, endereço e senha, além de informações de pagamento. 

No entanto, os detalhes vão ainda mais longe. Será disponibilizada a opção de fazer o login com as redes sociais para importar esses dados? Será feita a verificação de CPF ou do CEP do usuário? O cartão de crédito será verificado? 

Perceba que, ao longo do dos níveis, passamos de uma visão macro para uma visão micro do processo. Quanto mais para baixo no nível de mapeamento, menor será a prioridade daquela tarefa, justamente por representarem interações menores. 

Pensando em um MVP, por exemplo, não é necessário que exista, inicialmente, a opção de login com as redes sociais – a criação tradicional da conta já é suficiente em um primeiro momento. 

Abaixo, temos um exemplo da Nielsen Norman Group, que separou o caminho do usuário em três níveis e traçou uma linha entre as principais etapas. 

O que é User Mapping Story e 3 dicas para criar o seu - Move42 Consultoria

Fonte: Nielsen Norman Group.³

3 Dicas para criar seu User Story Mapping 

#1 Tenha uma persona 

Já que estamos analisando a história do usuário, quanto mais detalhes tivemos sobre ele, melhor. Por isso a persona, que é o cliente ideal da empresa, também é importante nessa técnica. 

#2 Use post its 

Aqui na Move, somos muito fãs dos post-its. Eu os utilizo na maioria das consultorias, porque essa é uma ferramenta prática e dinâmica, que permite que os participantes escrevam, coloquem, tirem e mudem de lugar. 

No caso das equipes remotas, uma indicação é a utilização da plataforma Miro. 

#3 Conte com apoio especializado 

Justamente por ser consultor e ter vários anos de carreira, sei que utilizar uma técnica sem o conhecimento adequado por fazer com que ela não seja tão eficaz quanto gostaria – e isso pode, até mesmo, gerar frustração na equipe ou prejudicar o andamento do projeto. 

Se quiser conhecer mais sobre a consultoria, os treinamentos e os workshops da Move42, fale com a gente por aqui. 

 

¹Livro – Extreme Programming Explained, Kent Back 

²Livro – User Story Mapping, Jeff Patton 

³User Story Mapping – Nielsen Norman Group 

 

 

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